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Valeu, Jaguar! – por Mario Rubial

Aos 93 anos, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe nos deixou. Fez parte de uma geração de jornalistas que inovou na profissão fundando o semanário O PASQUIM, no Rio de Janeiro, junto com outros craques como Millôr, Sérgio Cabral, Paulo Francis, Tarso de Castro e um timaço que marcou época.  Um jornal de humor cáustico, enfrentamento ousado numa época que subir o tom contra o governo militar dava cana! E claros, todos eles experimentaram do amargo veneno das autoridades de plantão.

Nesta minha crônica vou no particular.

Tive o privilégio de conhecer Jaguar por volta dos anos 90. Pelas mãos do João Noro, meu amigo até hoje, que na época dirigia uma Editora. Eu, Noro e Heitor Paixão, gostávamos de botecos. Principalmente os icônicos que tinham muitas histórias para conhecer. E numa determinada circunstância, Jaguar veio a São Paulo para um reunião com o Noro, que nos convidou para um almoço. E já que Jaguar estava presente falamos, claro, sobre botecos. E o almoço, para alegria do Jaguar foi no Fuentes, restaurante hispano-caipira que funcionava na Rua do Seminário, próximo dos Correios.  Papo vai, papo vem, Jaguar, delicadamente, comentou que São Paulo não tinha botecos “raiz” como o Rio.  

Foi nesse momento que dissemos:

– Alto lá! Já que você vai dormir em Sampa e só amanhã viaja para o Rio, vamos levá-lo a um boteco raiz, genuinamente paulistano.

E no início da noite eu, Noro, Heitor e o Jaguar ancoramos no icônico Bar Léo, na Rua Aurora, para sorver o delicioso chopp com aquele colarinho gigante que, de início, o nosso convidado reclamou bastante. Mas só no início porque, depois…

Deixo este registro como uma homenagem ao fantástico jornalista que tive o privilégio de conviver, ainda que rapidamente.

Penso que o céu neste momento está em festa: Jaguar, Sérgio Cabral, Adoniran Barbosa, Millôr, Ziraldo, Henfil, Bussunda, Sérgio Porto, Fernando Sabino… e mais uma penca de maravilhosos brasileiros que nos enche de orgulho.

Descanse em paz, querido mestre!

FRASE DE BOTECO

O laboratório encontrou urina no meu martini.

W.C. FIELDS

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