A Maçonaria, e em particular o Real Arco, sempre se notabilizou por sua postura discreta, mas determinante e inabalável, diante das grandes encruzilhadas da liberdade em nossa história.
Foi Pedro I, Grão-Mestre da Maçonaria, quem bradou o Grito da Independência Nacional; foram os maçons abolicionistas, como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e tantos outros irmãos, que abriram os caminhos para a libertação dos escravos; e foi o Mestre Maçom Deodoro da Fonseca quem proclamou a República.
Hoje, mais uma vez, neste momento singular de nossa pátria, reafirmamos nossa lealdade suprema ao trono da liberdade. É a liberdade que sustenta nosso estilo de vida, que nos permite professar a fé, exercer o pensamento, erigir instituições, educar nossos filhos e dar continuidade à nossa obra espiritual de aperfeiçoamento da humanidade.
Para nós, a máxima iluminista de Thomas Jefferson, de que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”, ressoa com vigor em nossos corações e mentes, recordando-nos de que a liberdade, para subsistir, exige atenção incansável, sobriedade e coragem.
Com efeito, o Grão-Mestre Antônio Carlos Moreira, Grande Sumo Sacerdote do Real Arco do Brasil, assumiu posição pacífica e democrática ao engajar-se no movimento em defesa da liberdade em nossa nação, exortando todos os maçons do Real Arco a unirem-se neste mesmo espírito e propósito. Dessa sua convocação ecoa a tradição secular da Maçonaria, que, ao longo da história da humanidade, sempre se fez presente na edificação dos pilares da liberdade.
E assim, atendendo a esse chamado do Real Arco, a Comanderia dos Cavaleiros Templários do Real Arco – Guardiões do Santo Graal, por mim comandada, aderiu a essa nobre causa. Não se trata de um gesto meramente simbólico, mas de um compromisso cívico e espiritual que confere sentido à própria razão de ser de nossa Ordem.
Levantar a trincheira da liberdade é mais que um dever: é um imperativo. Reconhecemos que, sem liberdade, não há dignidade, não há democracia, e não há futuro para nosso povo.
Foi nesse contexto que deliberamos instituir a distinção de “Cavaleiro da Liberdade”, a ser outorgada, com a entrega do colar e da espada, àqueles que, maçons ou não, em sua trajetória pessoal e pública, se destacarem na edificação e preservação da liberdade em nosso país e em todo o mundo. Não se trata de mera honraria vazia, mas de uma distinção carregada de significado cívico, espiritual e institucional. O agraciado não será apenas reconhecido por nós, Cavaleiros Templários do Real Arco do Brasil, mas terá seu nome inscrito na memória viva de uma história que transcende gerações e conecta-se ao próprio destino nacional.
Importa ressaltar que nossa defesa da liberdade não se confunde com confronto ou violência. Nosso caminho é o da paz, da democracia e da razão iluminada pela fé cristã. É com este espírito que desejamos inspirar multidões, para conosco reconstruir a catedral da liberdade em nosso Brasil, tal como, no plano metafísico, nós, templários, guardamos o Santo Graal.
Defendemos a liberdade com serenidade, mas também com firmeza, convictos de que sua perda seria uma catástrofe e representaria a morte de nossa própria essência.
Assim, proclamamos perante todos: defenderemos, democrática e pacificamente, o trono da liberdade. Nosso instrumental não é de armas, mas de ideias, de testemunho e de conscientização nacional. Erguemo-nos, com destemor, contra a tirania, a opressão e a indiferença, e nos colocamos a favor da dignidade humana, da justiça e da soberania do Brasil.
E, com a graça do Pai e de Nosso Senhor Jesus Cristo, temos a convicção de que o Brasil marchará conosco nesta jornada. A história demonstra que grandes nações se erguem quando seus cidadãos e instituições se mostram intransigentes na defesa da liberdade.
Certa vez, o maçom Rui Barbosa afirmou: “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado pela liberdade.”
Cabe a nós, maçons do Real Arco e, em especial, Cavaleiros Templários do Santo Graal, junto a milhões de brasileiros, sermos sentinelas e protetores desse valor supremo, para que nossos filhos recebam, como herança, um país livre, justo e iluminado.
Fonte: Diário de S.Paulo