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Da Consciência à Ação: cinco atitudes para o cidadão que não quer esperar – por José Guimarães Monforte

Este artigo é a continuidade de um esforço para estimular um movimento baseado
no exercício consciente da cidadania e na busca por mudanças tão desejadas em
nosso país.
No primeiro texto, uma afirmação necessária: O CIDADÃO ESTÁ ACIMA DO ESTADO.
No segundo, reconhecemos que O CETICISMO É COMPREENSÍVEL, A DESISTÊNCIA
NÃO, enfrentando a crença de que mudanças estruturais não podem vir da
sociedade, do cidadão comum.
Agora, propõe-se um passo adiante: agir. Porque já não basta ENTENDER A CRISE, é
preciso enfrentá-la.
Já não é possível dizer que a crise que atravessamos é apenas institucional,
econômica ou política. Ela é – acima de tudo – uma crise de CULTURA, de valores
comuns, de confiança pública, de responsabilidade compartilhada.
Muitos cidadãos já despertaram e sabem que não faz sentido ficar esperando por
um herói ou por uma solução mágica vinda do alto. Compreenderam que a
reconstrução começa em outro lugar: na atitude cotidiana de cada um que se
recusa a NATURALIZAR A DECADÊNCIA.
A pergunta que se impõe, então, é: “O que posso fazer, na prática, para ajudar a
revitalizar a cultura pública no país?”
Algumas sugestões iniciais, as quais se seguirão outras:

  1. NOMEIE O QUE É INACEITÁVEL – E DIGA EM PÚBLICO
    Nada degrada mais uma democracia do que o silêncio diante dos desmandos de
    hoje. Nomear abusos, desvios, capturas e farsas é um ato de sanidade cívica.
    O que hoje se cala, amanhã se repete – com mais força e mais custo.
    Por isso, diga (EM PÚBLICO), escreva, aponte. Com firmeza e sem ódio.
  2. VALORIZE O QUE FUNCIONA, mesmo que não seja do seu grupo.
    A política degenerou num jogo de torcidas. Se algo dá certo, mas vem do outro
    lado, desqualifica-se. Essa lógica impede que avancemos. Precisamos aprender e
    a admirar a excelência pública, onde quer que ela esteja.
    Quando uma política pública funciona, quando um servidor age com ética,
    quando um projeto melhora a vida das pessoas, é dever do cidadão RECONHECER,
    DIVULGAR, PROTEGER.
  3. EXIJA IMPESSOALIDADE ONDE VOCÊ ESTIVER.
    Você pode não estar no governo, mas está em algum lugar: empresa, associação,
    escola, condomínio, projeto, onde há também decisões, regras, escolhas, nas
    quais pode haver favorecimento, compadrios, exceções pessoais.
    A cultura institucional começa onde se exige que as regras valham para todos.
    Seja você o agente dessa prática, mesmo no ambiente informal. Isso muda o
    entorno e prepara o país.
  4. JUNTE-SE A OUTROS CIDADÃOS LÚCIDOS
    Indignação isolada vira frustração, mas quando as pessoas lúcidas se conectam
    com propósito, nasce algo diferente: LUCIDEZ ORGANIZADA.
    Através de grupos de discussão diversos, da leitura, de um núcleo de ação, de
    uma rede de articulação cívica, ainda que pequena – se for coerente e
    perseverante – será mais útil do que muitos “likes”
    Democracia não vive só de votos, mas de COMUNIDADE DE VALOR.
  5. ESPALHE ESPÍRITO PÚBLICO – e não indiferença.
    Não é verdade que as pessoas não ligam para o Brasil, apesar de muitos se
    esconderem atrás do cinismo como mecanismo de defesa e, outros mais, terem
    sucumbido à lógica do “cada um por si”.
    Você pode inverter isso no seu raio de ação, reconhecendo o mérito, incentivando
    o serviço público, premiando a responsabilidade, admirando o coletivo.
    SEM OXIGÊNIO MORAL NENHUMA REFORMA SE SUSTENTA.
    Finalmente, nenhuma mudança duradoura virá de decretos, de líderes
    carismáticos ou de reformas de gabinete.
    O que sustenta a democracia é a AÇÃO CÍVICA DECIDIDA, COTIDIANA, INSISTENTE,
    sustentada pela coragem de explicitar publicamente as mazelas existentes e, ao
    mesmo tempo, começar a viver – mesmo que em pequena escala – os valores que
    queremos, ainda não temos, mas podemos ter. Essa é a revolução possível.
    Em outros momentos da história já aconteceu. Ela começa agora, POR VOCÊ.
    CIDADÃO ACIMA DO ESTADO.
    CONVICÇÃO ACIMA DA CONVENIÊNCIA

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