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Agora vai. Vai? Por Mario Marinho

Na manhã de hoje, na passada habitual pela padaria para o pão na chapa e a média de café com leite, deparei-me com dois corintianos devidamente uniformizados, um deles com a camisa patrocinada pela Batavo, o que aconteceu nos anos 1999 e 2000.

A conversa dos dois girou em torno da vitória do Corinthians sobre o Bahia, 1 a 0 – a segunda em muitos anos.

Felizes e otimistas, repetiam: agora, sim. Agora vai.

Lembrei-me dos anos 60, quando o Corinthians não ganhava nada, um penoso e sofrido jejum que durou até 1977.

Naquela época, fazia sucesso no Brasil inteiro a música “Faz-me rir”, na voz de Edith Veiga.

Em determinado trecho, a letra de E. Arias e Francisco Yon dizia:

Faz-me rir o que andas dizendo
Que te adoro, que morro por ti
Não te enganes dizendo mentiras
Não te enganes, não me faças rir

Cantar essa música era a forma dos anticorintianos gozarem o presidente do Corinthians, Wadih Helu, que havia prometido a formação de um Timão para acabar com aquele tormento.

Pobres corintianos que acreditaram. O fim do tabu, que começou em 1955, só terminou 22 anos depois, em 1977, com o histórico gol de Basílio que a torcida passou a chamar de Pé de Anjo. O presidente de 1977 era o folclórico Vicente Matheus, amado pelos corintianos.

Otimistas e apaixonados, os corintianos ao fim de cada temporada eram vistos esfregando as mãos e repetindo, como um mantra: “Ano que vem vai dar Corinthians, com certeza”.

A situação agora não é tão dramática quanto naquela época, mas, claro, é preocupante porque há sempre a ameaça de cair para a Série B.

Foi o segundo jogo com o time sendo dirigido por Ramón Diaz, segunda vitória.

Será que engrenou? Será que agora vai?

Claro que é muito cedo.

O elenco corintiano continua muito fraco. E o tempo muito curto para qualquer afirmação taxativa.

Mas o que se viu ontem na Fonte Nova, em Salvador, além do péssimo estado do gramado, foi um time bastante aplicado, lutador como gosta o torcedor.

Não quero desanimar o torcedor, mas esse não é time para ser campeão brasileiro.

Porém, não é time também para cair.

O próximo jogo vai ser contra o Grêmio, time que impõe um certo respeito, mesmo estando na pegajosa Zona de Rebaixamento, de onde o Corinthians escapou neste fim de semana.

De todo jeito, sempre é bom lembrar que estamos ainda na 18ª rodada. Portanto, há ainda muita água a correr debaixo desta ponte.

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