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A inversão dos conceitos – por José Henrique Reis Lobo

1 – O ministro do STF André Mendonça, discursando ontem em Fórum Empresarial no Rio de Janeiro, declarou que “Estado de Direito demanda autocontenção do Poder Judiciário”.

Depois dele, o ministro Alexandre de Moraes, em seu pronunciamento, afirmou, sem citar o colega, que a ideia defendida por Mendonça “é coisa de ditador”.
Como se vê, há uma total inversão do que seja, realmente, na prática, uma atitude ditatorial.

2 – No começo da semana o ministro do STF Flávio Dino estabeleceu que “ordens emanadas de governos estrangeiros não tem aplicação no Brasil”, procurando, assim, blindar Alexandre de Moraes dos efeitos da Lei Magnitsky, nos quais está incurso por decisão de Trump.
Metendo-se onde e quando não era chamado, o ministro ontem, 6ª feira, afirmou que “o Supremo não pode acirrar conflitos”, como se a sua fala anterior não levasse exatamente a isso.

Os deuses togados desse pretenso Olimpo que é o STF são, hoje, como se vê, em grande parte responsáveis, também, por essa barafunda que se vê no país.

Alexandre porque, pretendendo cultivar a imagem de paladino da defesa dos interesses da democracia nacional, avança, por palavras e decisões, temerária e exatamente contra ela.

Dino porque parece tentar emular Alexandre e buscar, como ele, lugar de destaque nos meios de comunicação, tanto brasileiros como os do exterior.

Se for isso, Moraes que se cuide, porque, a meu ver, Flávio Dino é o mais inteligente ministro do Supremo, o que mais conhece Lógica e Direito e o que tem mais conteúdo e limpidez de raciocínio, ficando muito na frente de seu colega de toga.

Dino só não pode partidarizar as suas decisões.

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