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A dor do abandono. Por Ana Toledo

É muito natural que haja sofrimento pelo abandono, mas é importante saber que há limites para esse período.

O tempo deve amenizar a dor e o individuo abandonado, deve seguir seu caminho, buscando refazer sua vida. Porém, nem sempre o ideal acontece.

Permanecer sofrendo, com pensamento fixo no objeto de desejo, vivendo de lembranças e projetando um futuro condicionado à reconciliação, é sinal de alerta para um possível desequilíbrio e passível de buscar ajuda.

Em muitos casos, o amor que se sentia, dá lugar a um desejo de vingança interminável. Sentimentos nobres como perdão, compaixão e caridade, desaparecem por completo, daquele que se sentiu injustiçado por ser abandonado.

Cria-se uma espiral, de onde é quase impossível sair sem auxílio especializado. Isso, porque, o que leva uma pessoa a acumular esses sentimentos negativos, a se recusar em aceitar o término de uma relação de forma madura e lúcida, provavelmente, é algo enraizado em seu inconsciente que muitas vezes, sequer tem ligação com o fato em si. Carência paterna ou materna, traumas, entre outros agentes de desequilíbrio, podem levar uma pessoa a pensar e agir de forma desproporcional a situação.

Obviamente, é compreensível que alguém abandonado não consiga comemorar ou ignorar a perda de quem ama. Mas a permanência desses sentimentos deve ser considerada e tratada, para que haja um recomeço da vida sentimental, sem transferência dessa dor, de uma relação para a outra, tornando-se um padrão de ganhos e perdas, sempre pelo mesmo motivo: O trauma do abandono.

Vale ressaltar que é preciso ter consciência de que ninguém deve condicionar sua felicidade em ter alguém ao lado, ou em provocar sofrimento como forma de revidar o que passou.

Seja inteiro. Construa sua felicidade, contando, apenas, com o que depende de você.

Lembrando da frase que sempre repito e, até, coloquei como subtítulo na capa de meu livro:

“Quando você coloca sua felicidade nas mãos de outra pessoa, ela a levará junto, se decidir ir embora”.

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